Independência é morte

Desfile de 7 de setembro em São Paulo

Desfile de 7 de setembro em São Paulo

“Independência ou morte!” Com que entusiasmo, no ensino fundamental, eu, decoreba competente, repetia as palavras de D. Pedro! Bom, eu era ainda uma criança, e conceitos não me preocupavam. Para dizer a verdade, naquela época talvez nem me interessassem.

A frase, romântica, repetida ano após ano quando estudávamos o módulo “Independência do Brasil”, sinalizava que o nosso país tinha vencido a batalha do colonialismo e assumido seu próprio destino.

E aí… um bom tempo depois, penso no assunto e me pergunto: Por que a escola mente tanto? Por que romantizar o fato histórico, roubando da criança sua chance de se tornar um cidadão consciente, ciente dos fatos como realmente aconteceram?

Mas não… a História, quer dizer, os que escreveram a História, ou melhor dizendo, os que a ficcionaram, definiram que romantizá-la seria importante para a educação brasileira, importante para a cultura brasileira. E mentiram, fazendo do povo brasileiro (especialmente aqueles que estudaram História do Brasil) um grande desconhecedor de sua verdadeira história.

Por esse motivo, depois que comecei o meu próprio pensar, livre do domínio professoral, parei de dar trela a esses festejos.

Parada de Dia da Independência? Coisa mais cafona, coisa mais sem nexo num mundo em que a independência é cada vez mais desmoralizada.

Senão vejamos: independência de que tipo, cara pálida?

Econômica? Hahaha!

Política? Hahahahaha e mais hahahaha.

Hoje, independência é morte. Alianças é que garantem a estabilidade política e, por incrível que pareça, a soberania dos povos.

É tanto bloco… Mercosul, UE, BRICS, NAFTA, CEI, G-8, G-20 e quem mais quiser, mostram a nosostros que independência não é mais coisa que se festeje. Ao contrário, cada um é cada vez mais “dependente” do outro, nessa imensa troca de figurinhas e favores em que se tornaram as Relações Internacionais.

Porém… calma aí, isso não é o fim do mundo, é apenas o resultado da tal da globalização, que não por acaso tem este nome. Sim, somos todos um só. Somos todos seres de nacionalidade planetária, somos todos índios da mesma aldeia.

Mas parece muito difícil de entender isto. Acho que se faz necessário desenhar.

E botar nosso bloco na rua.

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *