O Pote Rachado

Um carregador de água na Índia levava dois potes grandes, cada um pendurado na ponta de uma vara que ele carregava apoiada em seu pescoço. Um dos potes tinha uma rachadura e chegava sempre com água pela metade.
O outro era perfeito e sempre chegava à casa do chefe cheio de água.
Durante dois anos isto aconteceu, até que o pote rachado pediu desculpas ao carregador:
– Desculpas, estou envergonhado.
– De que você está envergonhado? – perguntou o homem.
– Nesses dois anos eu fui capaz de entregar apenas metade da minha carga, porque essa rachadura no meu lado faz com que a água vaze por todo o caminho da casa de seu senhor. Por causa do meu defeito, você tem que fazer todo esse trabalho, e não ganha o salário completo dos seus esforços.
O homem ficou triste pela situação do velho pote, e com compaixão falou:
– Quando retornarmos para a casa do meu senhor, quero que percebas as flores ao longo do caminho.
Naquele dia, enquanto subiam a montanha, o velho pote rachado notou flores selvagens ao lado do caminho, mas ao fim da estrada o pote ainda se sentia mal porque tinha vazado a metade, e de novo pediu desculpas ao homem por sua falha.
O homem então respondeu: – Você notou que pelo caminho só havia flores no seu lado do caminho? Sabe por quê? Porque você as regava. E durante todo este tempo eu pude entregar flores para ornamentar a mesa do meu senhor.

Nosso Papo Cabeça de hoje é a parábola indiana do Pote Rachado, de autor desconhecido. Como tenho apreciado muito os comentários de Ivonete Veiga, pedi que ela fizesse o Comentário inicial, o que ela fez com muita propriedade. Segue o comentário da Ivonete.

“_ Isso acontece muito, lamentamos muitas vezes que não somos capazes de fazer tudo com perfeição não aceitamos ter limitações. Mas a obsessão pela perfeição não nos permite perceber que existem outras formas de compensar ou de produzir de outras formas sem ser aquela que aparentemente seria a única. Sabe, penso que precisamos ter indulgencia para nós mesmos e coragem para investir nos nossos talentos. Muitos de nós passamos a vida toda lamentando o que perdemos e não nos damos contas das que ganhamos ou que vencemos.” – Ivonete Veiga

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Daisy Lucas

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