Respeito é bom e…

vassouraChegou a primavera. Se tivéssemos um inverno rigoroso como existe em alguns lugares, provavelmente teríamos um hábito que é muito comum entre eles, o Spring Cleaning, que quer dizer “Faxina de Primavera”.

Claro, esses povos ficam enfurnados em sua casa durante o inverno,  acumulando bolor, ácaros e sei lá mais o quê, e quando chega a primavera eles ventilam suas casas — pelo menos esta é a origem do costume milenar. Não só ventilam, como limpam, descartam o que não serve mais… Enfim, uma faxina das boas.

Andei pesquisando sobre isso na internet. Dizem que a faxina de primavera teve origem no Ano Novo persa, que acontece no primeiro dia da estação. Os persas chamam (ou chamavam) de “Khooneh tekouni”, que segundo a Wikipedia significa literalmente “sacudindo a casa” .

Existe aí uma metáfora. Ao sacudir a casa, expulsam também tudo o que não lhes interessa, descartam o que não presta, doam o que acham que ainda pode ser usado.

Muitos outros povos seguem a tradição no início da primavera, e alguns no final de dezembro. De qualquer forma, é como um ritual de limpeza, de purificação.

Ainda segundo a mesma fonte, os judeus preparam a casa para sua Páscoa — Pessach — que cai justamente na época da primavera, e o que a Bíblia diz sobre isso é muito interessante. Os descendentes de Abraão, Isaac e Jacó foram de Israel para o Egito, onde, após gerações, o povo foi escravizado, maltratado e obrigado a construir cidades para Ramsés, o faraó. Após 210 anos de escravidão, Deus teria revelado a Moisés que libertaria seu povo e o guiaria até Israel, comunicando-lhe nessa ocasião que sua função seria liderá-lo. Segundo a Bíblia, Deus lançou  pragas sobre o Egito, e após cada praga, Moisés implorava a Ramsés que libertasse seu povo, o que não acontecia. Diante da recusa, Deus lançava nova praga. O povo finalmente saiu, mas o faraó seguiu com a perseguição aos israelitas até encurralá-los em frente ao Mar Vermelho. Aí Deus pegou pesado: o mar se abriu para os israelitas e se fechou para os egípcios, afogando quase todo o exército do faraó. Pois a festa de Pessach comemora justamente a saída de escravidão para a Liberdade, da Escuridão para a Luz.

Ora, que momento mais apropriado para nós, brasileiros, fazermos a nossa Faxina de Primavera.

Que momento mais apropriado para darmos um basta à corrupção, às mentiras e ao cinismo que grassam pelo nosso país, que entram na nossa casa e na nossa vida pela mídia e, sem pedir licença, nos agridem com tanta desfaçatez. Ainda dizem que é “malfeito”…

Por favor… Malfeito, como disse minha velha mãe, é criança desenhar em parede ou furar o  sofá da sala. Roubo, cinismo, corrupção são roubo, cinismo e corrupção.

Que momento mais precioso para sacudir  nosso país e limpar de uma vez essa mentirada toda, vinda de onde vier, de tal ou qual partido.

Chega de nos envergonharmos ao ligar a TV e assistir a tanto absurdo. O pior é que NÓS é que ficamos envergonhados. Os “próprios” continuam rindo… Talvez rindo de nós.

A brincadeira chegou a tal ponto que existe uma candidata a deputada federal, de número 7001, que faz sua propaganda na TV assim: “O meu número é 7, duas bolas e um pau”.

Como assim? COMO ASSIM? É tão ridículo e ultrajante que pensei não duas, mas MIL… MIL vezes antes de escrever isto.

Mas a revolta foi maior. Como uma candidata a representar o povo no Fórum que faz leis tem o descaramento de, fantasiada de “não-sei-o-quê”, dizer uma barbaridade dessas na nossa cara?

Foi a esse ponto que chegou a campanha eleitoral. Nada mais a dizer, a não ser:

RESPEITO É BOM,  NÓS GOSTAMOS. E QUEREMOS.

 

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