Sem Educação!

daisy nov26Quem dera eu estivesse xingando alguém, seria até bom. Mas, neste caso, “educação” não está em maiúscula apenas por ser título, não.

Estou falando é da Educação mesmo. Estou me referindo à caótica situação do ensino em nosso país, a partir de uma reflexão depois de ter lido um post do Ricardo Gazel sobre o ENEM.

Seria risível, se não fosse tão desolador. Vejamos algumas das… Não, não vou dizer pérolas, são PEDRAS mesmo, ou melhor, pedradas.

“O sero mano tem uma missão…”

“O Euninho já provocou secas e enchentes calamitosas.”

“O problema ainda é maior se tratando da camada Diozanio!”

“Enquanto isso os Zoutros… tudo baixo nive…”

“Não preserve apenas o meio ambiente e sim todo ele.”

“É um problema de muita gravidez.”

“Já está muito de difícil de achar os pandas na Amazônia”

Ressalte-se que estas coisas horrendas não foram escritas por crianças do ensino fundamental: são frases escritas pelos inscritos no ENEM!

Sabem aquele clichê, “fiquei toda arrepiada…”? Pois aqui, só apelando para clichê.

Fiquei pensando no tempo em que colégio municipal e estadual era colégio-padrão. Aos particulares, nós, os menos abonados, chamávamos de colégios PPP (Papai Pagou, Passou). No fundo do meu coração, sempre pensei que o apelido seria nossa forma de esnobar aqueles que podiam mais do que nós, até que cheguei ao vestibular (lá vai tempo) e conferi os resultados. Meus colegas quase todos aprovados e os das escolas particulares ficaram de fora.

Hoje, é cada um por si, e os governos por ninguém. Escola pública é sinônimo de incompetência, de resultado nenhum, de absenteísmo.

Aí, dizem alguns, “a culpa é dos professores, que são mal preparados”. Tá bem. Quem diz isso deveria trabalhar um dia, unzinho só, ministrando aula a uma turma de 40 ou 50 adolescentes. 40 ou 50. É muito desgastante.

Em 2009, um professor brasileiro do ensino fundamental recebeu, em média, U$ 16,3 mil, e um professor com a mesma capacitação e experiência de países membros da OCDE (Organisation de Coopération et Développement Économiques), R$ 41,7 mil.

Em 2010, uma pesquisa feita pela OIT (Organização Internacional do Trabalho) e pela UNESCO (Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura) mostrou que a remuneração dos professores brasileiros do ensino fundamental só era pior do que os do Peru e da Indonésia (Jornal do Comércio, julho de 2010).

Acrescente-se que, de lá para 2013, o reajuste do piso, de 7,9%, foi menor do que em outros anos. Segundo o Ministro da Educação, Aloisio Mercadante, isto ocorreu porque houve desaceleração da economia e queda na arrecadação de receita. Ué, o Brasil não ia tão bem durante a campanha eleitoral?

Enquanto isso, o professor que se descabele, pulando de uma escola a outra, para conseguir uma remuneração minimamente decente.

Mesmo assim, conheci muitos professores que, na falta do material que a escola deveria lhe fornecer, compravam material do próprio bolso, bolso este que não conseguia bancar para seu dono ou sua dona um curso de aprimoramento ou atualização, ou sequer a aquisição de um computador.

É… O Brasil vai muito, muito… mal. E os governos, nem… Muda o ENEM, mas persistem erros ainda mais incríveis no certame, como o do aluno que escreveu; “os adolescente sentem nececidade de sequiço”.

SEQUIÇO! Aí já é demais, fecha pra balanço, que o emaranhado é maior do que o desenho.

 

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