Somos todos olímpicos… somos mesmo?

daisy3augAfinal, a Olimpíada chegou ao Rio, entre tapas & beijos: o povo reclamando do transtorno das obras, dos desvios de trânsito, da incrível quantidade de dinheiro que se gastou no preparo da Cidade Maravilhosa para o evento, talvez o evento mais “mundial” que existe; o prefeito “da paz” dizendo coisas de guerra, fazendo insinuações e ironias, e na sequência se arrependendo, felizmente…

O momento político brasileiro não poderia ser pior, com a Lava-Jato lavando um sistema corroído pela corrupção, um presidente da Câmara apelando para todos, TODOS os expedientes possíveis pensando que poderia… (seria isto inocência ou desvarios de poder?) Enfim, pensando que sua peneira teria condição de tapar o sol. Só que este glorioso sol não há peneira que tape, e o Exmo. Sr. Dr. Sérgio Moro que tenha muita energia e saúde para enfrentar, como vem fazendo, as unhas do Poder, que tentam arranhá-lo o tempo todo, sem conseguir.

Sem dúvida, os cariocas terão benefícios com esta edição dos Jogos Olímpicos, como o sistema de transporte — trem, BRT, metrô e ônibus — ampliado, integrando praticamente toda a cidade, equipamentos para segurança de última geração, revitalização da zona portuária, reconhecimento de bairros considerados periféricos como novas possibilidades para centros de esporte e de lazer.

Se observarmos as edições dos Jogos Olímpicos, veremos que sempre foram realizados em países com um desenvolvimento que era anterior aos Jogos. A exceção que conheço aconteceu em 1992, em Barcelona, que apesar de estar num país desenvolvido era uma cidade decadente até essa época. Depois dos Jogos, virou uma das cidades mais procuradas pelo turismo mundial.

O legado das Olimpíadas para Barcelona é evidente — em todos os aspectos, inclusive o humano — porque, como o espanhol não é bobo,  soube faturar o prestígio dos Jogos; o povo catalão tratou de aprender inglês e de aprender também a tratar bem os turistas. Bairros antes totalmente decadentes viraram points de interesse para o turista, o lugar onde foi construída a Vila Olímpica, antes área industrial abandonada, virou um bairro elegante. E Barcelona “entrou” para o mapa.

Espero sinceramente que a XXXI ª Olimpíada deixe para o Rio de Janeiro um legado semelhante ao que deixou em Barcelona. Seria facílimo para nós se houvesse vontade política e educação do povo. Afinal, Barcelona saiu do zero, o que não acontece conosco.  Ari Barroso, com sua “Aquarela do Brasil”, e Tom Jobim, com “Garota de Ipanema”, já colocaram o Brasil no mapa, embora ninguém tenha conseguido ampliar essa classificação.

Mesmo assim, sou otimista, e fico torcendo para que tudo dê certo, que as únicas bombas sejam as da alegria, que assaltos a estrangeiros só os de coração, e que não se perca a herança olímpica, pela primeira vez acontecendo num país da América do Sul.

Eu, de minha parte, sigo fazendo o meu esporte preferido, do qual já tive a alegria de ganhar inúmeras medalhas e no qual continuo treinando para ver se, um dia, viro campeã. Este mesmo, você acertou: Levantamento de Neto é o meu esporte favorito.

Boa Olimpíada para todos nós.

 

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