Tea Time

daisyjul22Quando recebi o convite, pensei:  Com certeza será mais uma tarde daquelas em que se fica o tempo todo lembrando o tanto de coisa que se deixou para fazer, pondo-se a contar os minutos para fazer o “social” e, vupt, sai na primeira chance, (até à francesa, se não tiver outro jeito).

Muito bem, chegou o dia e lá fui eu, muito desconfiada e atrasada, graças a um providencial engarrafamento.

Logo ao chegar, percebi uma coisa bem estranha, um Apple PC, enorme, em lugar de destaque. Deve ser alguma brincadeira… A decoração estupenda, mas, observando direitinho, notei que o bolo não era comestível, era um bolo feito de fraldas!

A festa já estava começando, e então entendi a razão do PC: uma das amigas da futura mamãe morava alhures, mas queria participar… E participou de todas as brincadeiras, que, aliás, foram muitas e divertidíssimas, vou até relacionar algumas para vocês, vai que alguém aí pode estar organizando um evento como esse…

— Sopa de Letrinhas: cada um escreve, em cinco minutos, a maior quantidade de palavras relacionadas a bebê. A vitoriosa, no caso, escreveu oitenta palavras.

— Titia estilista: num boneco pendurado na parede, várias peças de roupinhas e cada convidada monta um figurino. A mais votada é a “estilista da festa”.

— Cápsula do Futuro: cada uma escreve uma mensagem para o bebê que vai chegar e escolhe com que idade deve ser lida para a criança.

Além destas, aquelas já conhecidas: a futura mamãe abre presente e adivinha quem deu, e quando erra alguém desenha em sua barriga…

Vou confessar que não esperava me divertir, mas tive uma tarde super agradável, tanto, que, chegando em casa, fui pesquisar o assunto.

Essa história de chá deve ter começado no UK, pensei. Errado. A Inglaterra importou a tradição dos Estados Unidos, onde o nome do evento é baby shower, o mesmo que no Canadá e em outros países de língua inglesa.

E na República Dominicana? Lá festa só é festa se tem muita comida. Então, o chá de bebê é uma festa-surpresa que os amigos preparam para os pais e o futuro Papi usa um chapéu adornado com as fitas que embrulharam os presentes recebidos, haja fita, haja chapéu e haja cabeça!

Na Alemanha não é bem assim, e só com a globalização a tradição está mudando: um tempo atrás o senso comum é que seria de mau agouro presentear antes do bebê nascer. Em algumas cidades mais tradicionais, penduram em uma janela uma espécie de varal para que os passantes saibam que ali mora um bebê. O pai, enquanto sua mulher está na maternidade, convida para o babypinkeln — xixi do bebê —, onde se brinda para celebrar a nova vida.

O mais diferente (sem surpresa, né?) é o da Índia. Lá o usual é uma Festa de Revelação, onde se canta mantras e faz-se preces. O bolo tem uns enfeites rosas e azuis, e as pessoas conhecem o sexo do bebê na hora em que o bolo é cortado. Se cortarem uma fatia que esteja no setor azul, mais um indiano, se cortarem no setor rosa…. Pobre menina, vai ter que lutar muito para poder ter voz naquela sociedade!

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