Conversando com Daisy Lucas – Júlio Ribeiro

Entrevistado: Júlio Ribeiro

1- Júlio Ribeiro é seu verdadeiro nome?

Sim, meu nome verdadeiro é Júlio Ribeiro.

Daisy – Bom, já começou bem, porque sabe que Júlio Ribeiro foi um importante escritor naturalista. Envolvia-se em polêmicas com muita frequência, você tem essa característica, ou trata-se apenas de coincidência de nomes?

Júlio: Foi apenas coincidência com o escritor de A Carne. Na realidade, segundo meu pai, a inspiração para o meu nome vem do imperador Romano. Hahahha

2- Compartilhe conosco os dois momentos mais importantes da sua vida até agora.

Os dois momentos mais importantes da minha vida foram o nascimento dos meus dois filhos, Bruno e Beatriz.

3- O que você faz na vida?

Sou servidor Público.

4- Por que se decidiu por ser escritor?

Sempre escrevi, mas nunca pensei na literatura como uma escolha de vida. Fiz muitas coisas, fui sindicalista, diretor de escola, político, subprefeito da minha cidade. Porém agora, mais maduro, vejo que dei pouca atenção àquilo que sempre me acompanhou a literatura, agora estou tentando me desfazer das amarras de todas essas outras coisas para me dedicar aos livros, encarnando realmente o ofício de escrever, ser um escritor verdadeiramente.

Daisy – Uma extensa sua experiência, poderia falar um pouco mais obre ela? Por exemplo, com que  Sindicato vc tem vínculo? E a Política, trouxe alguma vivência importante ao escritor?

Júlio: Por muitos anos fui da Federação dos Sindicatos de Servidores Municipais do RS – FESISMERS, também participei da CSPB- Confederação dos Servidores Públicos do Brasil. A política é um doutorado em relações humanas, aprendemos a conhecer as pessoas e, por conseguinte, o próprio povo com mais rapidez, suas virtudes e vícios, pois os políticos são uma pequena amostra visceral da população a qual eles representam.

5- Além disso, existe alguma outra atividade à qual você gostaria de se dedicar?

Sim, viajar mais pelo mundo.

6- Você tem algum hobby? Por que classifica como hobby?

Meu hobby é correr, correndo consigo abstrair dos problemas do dia a dia. Poderia dizer que ler é meu hobby, mas agora considero parte da preparação para a escrita.

7- Se você tivesse por um dia o Poder do Trump o que faria nessas 24 horas?

Se eu tivesse o poder do Trump por um dia, tentaria direcionar investimentos para ajuda humanitária, hoje mais de oitocentos milhões de pessoas passam fome no mundo, principalmente na África.

8- Ajuda humanitária de que tipo?

A crise humanitária que apavora a Europa é apenas a ponta do iceberg, a grande massa de refugiados está hoje na própria África, em campos de refugiados que são verdadeiras cidades de lona no meio do nada, assolados pela fome, miséria e falta de toda e qualquer perspectiva.

9- Qual a pergunta que você gostaria que eu tivesse feito e não fiz? Pois então, pode respondê-la.

A pergunta é: o que eu gostaria de deixar como legado? E a resposta: Deixar minha impressão nesse mundo, como se o olhar de cada um formasse fotos da existência, sendo o escritor, contudo, o único que tem a coragem de imprimi-las para as gerações futuras.

10- Tem alguma mensagem que queira enviar e que acha que pode ajudar pessoas?

Aos mais jovens, usando um pouco a palavra escolha do título do meu livro: “Escolhas do Amor e do Tempo”.  Hoje é tão jargão acreditar que é só acertar na escolha, no princípio, que a vida estará resolvida. E eu cito José Saramago – “(…) Como se esse princípio fosse a ponta sempre visível de um fio mal enrolado que bastasse puxar e ir puxando até chegar à outra ponta, a do fim, e como se, entre a primeira e a segunda, tivéssemos tido nas mãos uma linha lisa e contínua em que não haveria sido preciso desfazer nós nem desenredar estrangulamentos, coisa impossível de acontecer nos novelos da vida.”

Daisy – Mas você há de concordar que a boa escolha é quase a garantia de que haverá menos nós e estrangulamentos. Será que estamos hoje dando a correta dimensão da necessidade de fazermos boas escolhas, ou este é mais um assunto que perdeu profundidade neste nosso mundo “quase” virtual, em que a característica da duração de princípios, conceitos, e até mesmo de objetos é a “vida curta”.

Júlio: Acredito que as escolhas sempre existiram, em qualquer tempo e momento de nossas vidas, eu me refiro hoje, à narrativa da escolha como sinônimo de “eficiência”, em um mundo competitivo e de objetivos que se liquefazem com rapidez, como disse Bauman, fazendo parecer que tudo é um reality show, como se nossas ações, mesmo as mais instintivas, tenham que ser ensaiadas e publicizadas. As escolhas a que me refiro são os improvisos que as casualidades da vida nos impõe em determinados momentos.

11- Por favor, nos diga com o que está envolvido no momento e também fale um pouco sobre projetos futuros.

Estou trabalhando em um novo livro que pretendo publicar no final de 2019, é um enredo bem complexo que demanda muito tempo, mas estou bem otimista com o trabalho, o título é “O Terceiro Ser”. Tem como eixo principal um transplante que acaba unindo pessoas de vidas bem distintas.

Daisy – Gostei do tema, promete. Como você escolhe o tema, os personagens, poderia falar um pouquinho sobre isto para nós?

Júlio: O tema é como uma inspiração de um poema, surge repentinamente, a partir daí começa o trabalho propriamente dito, a pesquisa, as leituras e a reflexão sobre o tema. Os personagens são os instrumentos que compomos a “melodia”, do que está sendo contado.

Julio, um grande abraço, e o meu agradecimento pelo tempo que você dedicou a nossa conversa. Ficaremos aguardando o lançamento do seu novo livro “O Terceiro Ser”. Lembre–se de nos avisar .

MUITO OBRIGADA
Daisy Lucas

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