Envelhecer com Estilo

Depois de um tempo, o problema – escolher qual é a roupa.
Mesmo sendo roupa nova que as velhas não serviam,
Mesmo sendo bonitinha, vi que o preço não valia…

O preço de que eu falo não tem cifra nem cifrão,
É precinho bem mais caro, marcado no coração,
Coração de asa aberta, coração de bem-querer,
Um que nunca está alerta à mazela ou ao sofrer.

Esse coração despido (sempre, sempre, está nu),
Não tem roupa e nem tem preço, vive mesmo é de apreço,
Aos que vivem bem vivendo, aos que amam sem cobrar,
O preço do tal apreço não se pode avaliar.

Sendo assim, eu vou seguindo, numa nudez compensada,
Pela roupa escondida, pela alma bem mostrada,
Desta levada menina que carrego pelo braço.

No dia, no chiaroscuro, na clara da madrugada,
Com muito respeito ao Tempo, e memória afiada,
Espremo os limões da vida, faço doce limonada.

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