Ferramentas para a Vida – Uma Metáfora

Nesses tempos, mesmo quem não está praticando o isolamento está isolado.

Por uma simples razão: a maioria das pessoas está se poupando, evitando aglomerar, ficando mais em casa. Ou não? Pois para muita gente isso tem acontecido e mesmo que a pessoa esteja por aí, aqui e em todos os lugares, vai lhe faltar companhia.

Todos nós estamos mais sozinhos depois de março de 2020. Fazer o quê, ficar lamuriando? Não gosto de lamúrias; acho perda de tempo porque o simples ato de reclamar não resolve nada.

Chega de filosofar, melhor partir para a ação. Quer tempo melhor para “consertar” sua vida? Claro, desde que o “conserto” só dependa de você. Fernando Pessoa disse:

Não vieste à terra para perguntar

Se Deus, vida e morte existem ou não.

Pega a ferramenta para trabalhar

Pondo na tarefa cada pulsação”

Gosto da ideia. Mas, além de precisar identificar quais ferramentas vai utilizar, precisa ter sensibilidade para saber até onde pode usar cada uma delas.

Não basta saber seus nomes, tem que conhecer mais sobre cada uma delas. Tem que saber, por exemplo, que com a bigorna você diminui o esforço a ser feito. Que a chave de fenda aperta, mas também afrouxa. Que o martelo golpeia arrebentando, mas que, em se usando o de borracha, o golpe vai ser inofensivo, serve até para exames médicos.

Que o alicate permite acesso a lugares de difícil acesso, como por exemplo, o coração de quem, sofrendo as dificuldades deste tempo, se encerra não apenas em casa, mas encerra-se em si mesmo.

Repito Fernando Pessoa: “Ferramentas tens, não procures em vão”.

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