Já que…

Sim, já que, parece, ela veio para ficar, vamos bisbilhotar a vida dela. Que tal, concorda? Então o nosso tema hoje é essa droga de pandemia, e o recurso mais simples para combatê-la. Da história de sua família falaremos em outra oportunidade, mas não vamos deixar barato, vamos especular sua existência. Minha leiga impressão é que teremos que aprender a conviver com ela. Infelizmente.

Por que falar disso agora? Ora, porque quando falamos do monstro, quando conhecemos sua história, ele fica familiar e, portanto, menos assustador. Pelo menos para mim é assim.

Vamos lá. Para início de conversa essa pandemia deu uma lição de democracia. Ricos, pobres, riquíssimos, paupérrimos, bonitos, feios, lindos, lindíssimos, feiíssimos, gordos, magros, religiosos, ateus, e qualquer outra categoria que você puder imaginar. Por mais poderosa que seja esta categoria, não conseguiu livrar quem quer que seja das democráticas garras da Covid. Tratou a todos de igual para igual, o dinheiro não comprou a liberdade de ninguém, o poder também não, a beleza muito menos. Enfim, todos os seres humanos, independente de raça, cor, nacionalidade, ou religião foram tratados com as mesmas chances. Você lembra de alguma outra oportunidade em que isto aconteceu?

Pois é, uma lição a ser aprendida.

No caso, a professora é uma circunstância ruim, mas já pensou se numa boa circunstância todas as pessoas do mundo tivessem oportunidades iguais?

A bandida é tão democrática que uma das formas de prevenção é a máscara, recurso barato, acessível até aos que dispõem de poucos recursos.

Mas, em tempos outros, o negócio era diferente. O explorador Marco Polo nos conta que os servos na China (ai, droga, tinha que falar de China? Tinha, porque esse fato aconteceu lá). Enfim, como eu ia dizendo antes da minha irreverência me interromper, os servos na China no século XIII eram obrigados a cobrir o rosto com lenços de seda, porque o imperador não queria que seus hálitos “empesteassem” a comida.

Mas não foi aí que a coisa começou.

Foram encontrados traços de uso de máscaras, por exemplo, em imagens de pessoas usando panos sobre a boca, nas portas de tumbas persas, no século 6 a.C.

Depois, tempo que passatempo, na praga de 1656, que tirou a vida de 300.000 pessoas em Nápoles, os médicos que visitavam pacientes com sintomas da peste precisavam proteger-se e usavam uma espécie de uniforme muito estranho. Necessário, mas bizarro – casaco de couro até os pés, gola alta, luvas de couro, calças, botas, chapéu de abas largas. Levavam uma vara, sabem para quê? Pasmem, amigos: para cutucar os pacientes sem tocá-los.

Mas a parte mais bizarra da vestimenta era a máscara. Tinha óculos grudados e um bico longo, como se fosse um pássaro. Havia dois orifícios no bico, por onde o enchiam de ervas aromáticas, tipo hortelã, mirra, cravo e cânfora. O equipamento de proteção facial para médicos e enfermeiros se manteve ao longo dos anos, mas não dava muito Ibope no meio médico, até que em 1897, o cirurgião francês Paul Berger adotou a máscara como paramento em sala cirúrgica, baseado em pesquisa do bacteriologista alemão Carl Flügge que descobriu que a saliva poderia conter bactérias causadoras de doenças.

E assim, ao longo dos séculos, de face em face, foi parar na minha bolsa e aposentou o meu batom.

# máscara, vacina, lavando sempre as mãos, com esperança.
# o bom humor possível também ajuda a segurar a onda.

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