Nós… e Nós

Eita, época bem estranha essa que ora vivemos. Quase todas as nossas garantias, ou o que considerávamos garantia, foram pelo ralo.

Vejamos: ter dinheiro nada garante.

Carro bacana? Para ir aonde?

Roupa de marca? Para usar em que ocasião?

Negócios superlucrativos? Como assim?

Como assim… Lucro? O que é lucro hoje?

Eu diria que – claro que não o único, mas que o melhor lucro hoje, é ter Saúde, é escapar da praga da Pandemia, é aceitar sua humana pequenez e tapar a boca, porque já diziam os antigos “em boca fechada não entra mosca”… Também não entra vírus.

E, para alcançar o lucro de estar livre da doença, é preciso também, vencer a batalha da solidão, não entregar os pontos para a tristeza, a desesperança, a imobilidade.

Há mil formas de driblarmos todos estes problemas, a toda hora recebemos sugestões. Mas, para conseguirmos resistir, é preciso – antes de tudo, desenvolver Resiliência, isto é, buscar formas para resistir à adversidade e ao estresse que se instalou nas nossas vidas.

É, às vezes parece que a vida dá um nó do qual não conseguimos sair. Por mais que se tente, vira pra lá, vira pra cá, o nó permanece, apertado e apertando. E existe nó de tudo quanto é tipo – nó na garganta, nó que aperta sonho, nó que aperta pé, pescoço, existe até “nó nas tripas”.

Todos esses nós são do tipo “tô fora”, “sai, azar”.

Mas tem um nó que, por mais que neguemos, precisamos admitir que fortalece. Como o nó do bambu.

Você acha que aquela tripa fina consegue sobreviver a temporais, a vendavais, tufões e mais intempéries por que?

Ah, porque a cada nó que ganha com o tempo, mais resistente fica, adquirindo a capacidade de se adaptar, curvando sem quebrar, resistindo sem guerrear, pacificamente esperando o crescimento do nó. Porque, depois de plantada a semente, durante cinco anos o crescimento é interno, não é visível, mas forma uma estrutura fibrosa, maciça, bem nutrida, que se espalha subterraneamente.

A situação do momento é bem semelhante, e eu desejo que você desenvolva a resiliência do Bambu e que, junto com ela, perceba que o pronome da Vida não é Eu.

Eu não faz nada sozinho, o sujeito perfeito para qualquer frase é Nós.

E quem ainda insistir no “eu faço, eu mando, eu resolvo, eu…, eu…, eu…” não está cuidando do seu nó, não sabe conjugar o Nós.

# cuide-se
# proteja-se
# tenha responsabilidade com o outro.

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