PLÁSTICA DE ALMA

Não preciso de modelos
Não preciso de heróis
Eu tenho meus amigos.”

Renato Russo

Mais um ano acaba, mais promessas nos fazemos – a nós e aos outros. Se as cumpriremos ou não, é outra história. Algumas talvez fiquem para o ano seguinte, mas o importante é que nunca, nunca, deixemos de tentar realizar o que prometemos a nós mesmos.

Clichê? Pode ser.

Mas porque não adotarmos um clichê, se é do Bem?

Dentre tudo o que tenho lido e estudado sobre relacionamento e mudança de comportamento, inclusive os conceitos da PNL – Programação Neuro- Linguística, na qual tenho formação como practitioner, existe um conceito que é clichê do Bem, mas deste eu tenho que manifestar a minha discordância.

Sabem qual é?

Mude sua atitude e os outros também vão mudar.” Ah, pura ilusão. Aliás, para falar o português atual, é o “maó caô”.

Se você deve mudar? Perfeito, nada melhor que aproveitar a ocasião de um novo ciclo para identificarmos o que não gostamos em nós transformar. Não, não estou falando de botox, de dieta, de plástica. Ou, talvez, esteja falando de plástica sim, mas me refiro a plástica de alma.

E, para fazer esta transformação, você não precisa de modelos, de fotos nem de poses para imitar. Precisa sim, de mergulhar lá no fundo de si mesmo, com coragem, determinação e verdade. E aí eu lembro as palavras de Santo Agostinho, “O primeiro passo na busca da verdade é a humildade. O segundo, a humildade. O terceiro, a humildade, e o último, a humildade”.

E como a humildade é produto escasso no mercado das vaidades dos selfies e do sorriso permanente, forçado, o sorriso da pose!

Por que a humildade? Porque só esta vai nos levar à compaixão, que gera a solidariedade e a compreensão do outro.

Foi isto que o Tempo me ensinou: quando provocamos uma mudança em nossas atitudes não devemos fazê-la na expectativa de que o outro mude, porque muitas pessoas não conseguem mudar de página. Vivem a falsa felicidade – enganosa, de estarem radiantes por terem o carro do ano, a casa bacana, a roupa de marca… Mas esquecem de que o que está do lado de fora de nós o tempo destrói. Existe um momento na vida de cada um de nós em que o carro de luxo, a roupa de marca, a grana no banco não vão ter mais a menor importância. Porque a casa de todos nós, no final das contas será a mesma, quando tudo virar pó.

Mas, o que fazer com e por estas pessoas? Desprezar a sua amizade? Não… Para mim só existe um caminho – continuar mostrando quem você é, exibindo o seu Eu verdadeiro, demonstrando a sua solidariedade com a incapacidade de mudança do outro, e mostrando compreensão.

Aceitando as tempestades, mas se cobrindo com o guarda – chuva da Fé. Cobrindo-se de Amor, para não pegar as gripes da revolta e mantendo a sua Luz interior sempre ligada, para conseguir enxergar melhor o caminho da Paz.

E é isso o que lhes desejo, caros amigos que me dão a honra de ler meus textos.

Paz.

Esteja onde estiver, esteja em qualquer companhia, que não abra mão de estar consigo mesmo e com o seu Eu verdadeiro.

Mesmo que o Mundo não entenda isso, você vai construir o seu próprio Paraíso sem esperar morrer para ver se chega lá, porque já está no caminho e aí sim, mesmo que as pessoas não mudem, VOCÊ vai enxergá-las de outra forma, porque certamente terá compaixão pelos que não conseguem descobrir a própria Verdade. E nela é que mora a Paz, a Sabedoria, a Felicidade, o sorriso que nasce na alma.

Que em 2018 você “fabrique ” a sua PAZ. O resto está por aí, a ser conquistado.

(Ah, a pintura que está ilustrando esta crônica foi feita por Daniel, aos dois anos. Que ilustração melhor para Paz eu poderia escolher?)

7 Comments

  • Ivonete Veiga disse:

    Adorei!!! Sou fã!! 🙂 Feliz Ano Novo!!

  • Marilene vicente disse:

    Adorei amiga. Feliz Ano Novo!!!

  • Madeleine Soares disse:

    Daisy

    Amei tua cronica. Muito boa. Aagora, eta coisa dificil a tal da humildade né? Bjs

  • Daisy disse:

    Pessoas como você incentivam e inspiram. Muito obrigada.
    Bj

  • Daisy disse:

    Pois é, Madeleine, essa é nossa primeira impressão. Entretanto, me parece que o conceito de humildade que introjetamos está muito ligado a subserviência, e ter humildade não é isso.
    Obrigada pelo comentário, Madeleine. Sabe? Você me ofereceu uma ótima ideia para nova crônica. Agora, sobre humildade. Abs

  • Daisy disse:

    Obrigada! Feliz Ano Novo!

  • […] publiquei em meu site uma crônica de título “Plástica de Alma” e Madeleine Soares fez um comentário bem interessante. Dentre outras considerações dizia: […]

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *