Tiro ao Alvo

Vamos combinar que eleição em tempo de pandemia é coisa muito mais séria do que sempre deveria ter sido.

Não estranhe. Repito: eleição sempre deveria ter sido coisa muito, muito séria. Só que, se antes era considerada por muitos uma coisa trivial, imagino que hoje seja assunto de terceira, de quarta, de quinta ordem…

Quer ver? Quem dentre nós nunca ouviu frases tipo “eleição? Que bom, mais um feriado” ou “Conhece alguém para sugerir, não tenho ideia para quem vou votar”.

Isso porque estou me referindo a pessoas que conheço ou conheci ao longo da vida e sei que teriam todas as condições de ter consciência política e cidadã.

Hoje, além da “desimportância” do assunto, tem o distanciamento social, que, claro, torna tudo mais difícil. Conheço pessoas que foram votar e voltaram para suas casas, por falta de condições mínimas de higiene previstas nos protocolos contra Covid.

Alguns voltaram, outros acharam mais simples justificar, isso por que …

Reclamar? A quem?

E o que já não era tão importante para muitos, que só iam votar para não ter que justificar ou pagar a pequena multa ficou menos importante ainda.

Aliás, só pelo valor da multa percebe-se que nem os próprios que estabeleceram esse valor não dão a menor importância ao evento eleitoral.

A multa para quem não vai justificar sua ausência é de… sabe quanto, segundo o G1?

Preste atenção: R$3,51 por turno! É risível, não?

Agora, vocês acham que foi para proteger o pobrezinho, que fica lá nos cantos perdidos e esquecidos pelo Poder? Nada disso, porque esse mesmo cidadão está sujeito ao Programa Lixo Zero, cuja menor multa é de R$128,50 segundo o site Carioca Digital.

Bom, pensando bem, existe até uma correlação entre os temas. Você joga lixo na rua e é multado, se for pego em flagrante. Mas se você “joga lixo” na urna, não será flagrado, porque o lixo das ruas é facilmente identificável, até uma criança sabe o que é lixo, mas o lixo eleitoral, diante de tanta fake news e de tanta corrupção, como se há de descobrir?

Ouvir a fala dos candidatos é perda de tempo: um fala do outro e o outro fala do um e nenhum dos dois fala do que nos interessa, com o tom de sinceridade que precisamos ouvir. Podemos ter alguma noção do que seja o melhor, mas torna-se quase impossível para nós, termos certeza de estarmos fazendo uma boa escolha.

E, se o seu alvo for escolher um candidato que seja o melhor, o que faça um bom governo, administrando sua cidade com inteligência, competência e honestidade, sinto lhe informar, vai ter que correr o risco, porque a certeza não virá do que se ouve e muito menos do que se vê. Escolha seu candidato com muito cuidado, porque a vítima certamente será você. Esse pleito está mais para roleta russa do que para eleição.

#Aqui no Rio está tendo segundo turno
#Continue se cuidando, ainda não acabou

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *