Trocando o Chip!

Diferentes aspectos culturais, políticos e socioeconômicos fazem com que as pessoas formem sua própria visão de mundo, e assim acontece o famoso choque entre gerações.

Os sociólogos dividem as gerações entre baby boomers, geração X, Y ou Milennials, Geração Z, Geração Alfa. Observando a novíssima geração, e aí me refiro às crianças ainda na Infância, me parecem que já nasceram “chipados”.  Digo isso porque meu neto de 7 anos manipula o celular com a facilidade com que seus pais manipulavam joguinhos simples, como montar quebra-cabeças. Sim, o pequeno constrói cidades no Minecraft, como a geração anterior fazia com os Legos.

Essas crianças, os nativos digitais,  parecem que manipulam o universo digital desde que abriram os olhinhos, tal a facilidade com que apreendem os recursos tecnológicos e as mídias sociais. Aprendem sozinhos os assuntos de seu interesse a partir de tutoriais, muitas vezes nem tão explicativos e desenvolvem rapidamente uma forma de pensar estratégico, que, sem dúvida, será ferramenta SUPER para viver nesse século XXI. Vamos combinar que construir uma cidade no Minecraft é tarefa não tão simples assim. 

Entretanto, observo que, embora tenham mais autonomia e flexibilidade no pensar, estão cada vez menos colaborativos. E isso já podia ser notado antes do isolamento necessário durante a pandemia, tenho observado que cada vez mais hoje, cada um “se vira sozinho”, o celular é a companhia mais frequente.

A companhia de um celular parece estar ameaçando a vida em grupo, e isso em qualquer geração. 

Pais que, ao lado da família, ficam grudados no celular e deixam a conversa com os filhos “para depois”, filhos que, ao lado dos pais e mesmo de companheiros da mesma idade ficam grudados no celular e parecem estar felizes.

Só que, enquanto o papo com a família fica “pra depois”, crianças e jovens praticamente estão sendo educados Deus sabe lá por quem. Basta pararmos um pouquinho e ouvirmos o que é dito em matérias e programas ditos infanto-juvenis.

Como cenário por trás disso tudo, certamente estão filhos inseguros, pais mais inseguros ainda. E pais ainda reclamam. 

Como eu queria que, por um instante, os adultos se permitissem descer de sua arrogância de sabe-tudo, e voltar ao tempo em que pais se sentavam com seus filhos para brincar e conversar. Apenas isso: BRINCAR e CONVERSAR.

E, por um instante, se permitissem trocar o próprio chip e serem mais sensíveis e receptivos.

1 Comment

  • Marcia Oliveira Porto disse:

    Gostei muito da crônica,e,lamentavelmente,o distanciamento que está “evolução “causa!

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