Uma Questão de Cólera

A foto é da linda ponte de pedra de Shaharah, construída no século XVII, no Yemen. Este país fica na Península Arábica, e é banhado pelo Mar Vermelho e pelo Golfo de Aden e tem cerca de vinte e sete milhões de habitantes.
Segundo alguns, foi o Yemen que na Antiguidade, abrigou o Reino de Sabá, citado na Bíblia. O Reino de Sabá tinha tradição matrilinear, o poder era matriarcal.

Pois é…, todos nós já ouvimos falar da Rainha do Sabá, que de tão importante para a História do Mundo, é mencionada em diversos livros sagrados – no Torá (dos judeus), no Alcorão (dos muçulmanos), e na Bíblia (dos cristãos).

Além de ser citada no Antigo Testamento, ela é mencionada no Novo Testamento, quando Jesus Cristo diz: “No dia do julgamento a Rainha do Sul se levantará contra essa geração e a condenará. Porque ela veio de uma terra distante para ouvir a sabedoria de Salomão. E aqui está quem é maior do que Salomão”.

Por aí nós vemos como era importante Madame Sabá.
O Antigo Testamento registra que quando soube que Deus concedera sabedoria e inteligências extraordinárias ao rei Salomão de Israel, a Rainha foi a Jerusalém submeter o rei a provas, criando enigmas para que ele resolvesse, testando assim a tão falada inteligência.
Chegou à cidade comandando uma comitiva de oitocentos camelos cobertos de perfume, ouro e pedras preciosas.

A Rainha divertiu-se testando a sabedoria de Salomão e ele resolveu todos os enigmas, só não conseguiu resolver o enigma do próprio coração, pois se apaixonou pela soberana.

Essa era a charada que ele não poderia resolver dentre todas as propostas pela Rainha, porque as soberanas do Reino de Sabá faziam voto de castidade.

Nossa Rainha não resistiu aos galanteios do inteligente Salomão e deixou-se seduzir. Permaneceu meses em Jerusalém, voltou para o seu reino grávida e deu à luz um filho – Menilek.

Nenhuma dessas histórias sobre a Rainha de Sabá deixou de ser lenda, pois os historiadores não as conseguiram comprovar arqueologicamente.
Mas parece que o Universo rogou uma praga e o Yemen tem hoje milhões de “Menilek” morrendo de fome, foi o que pensei ao ler as palavras de Guert Capellaere, diretor no Oriente Médio do Fundo de Nações Unidas para a Infância (UNICEF)… “Temos indícios de que hoje, a cada 10 minutos uma criança de menos de 5 anos está morrendo de doenças evitáveis e de desnutrição grave no Iêmen”, disse Cappelaere.

Segundo as Nações Unidas, cerca de 14 milhões de pessoas – metade da população do Iêmen – estão à beira de um surto de fome em breve. Já existe 1,8 milhão de crianças iemenitas desnutridas, das quais mais de 400.000 delas sofrendo de o estágio mais grave da enfermidade, que as deixa em estado esquelético e correndo risco de morte.

Ah, Rainha…, por que você foi atrair a cólera dos deuses? Ou será a cólera dos Homens?

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