Não estamos sós
Estou em Teresópolis, numa casa onde a paz circula como se fosse um ente como outro qualquer, uma flor, um animal, ou até uma “pessoa”. O lugar ideal para se olhar estrelas. E foi o que fiz.
Passada a chuva, me deito na rede da varanda e fico esperando. Parece que todas elas atendem ao meu chamado e chegam — brilhantes, solenes, brincalhonas, um festival de estrelas como eu jamais conseguiria ver no Rio de Janeiro, pois as pobrezinhas se escondem da poluição e fogem para lugares como este aqui.
Fico pensando: Qual o segredo que abrigam em seu tanto brilho?
Lembro-me do dia em que um amigo meu, físico, me garantiu que há vida nas estrelas e que muitas delas são monitoradas dia e noite por instituições de pesquisa. Não acreditei muito.
— Tem certeza?
Ele fez um gesto de cabeça afirmativo, e nada mais disse. No dia seguinte recebi um e-mail que ele me enviou com um estudo do físico italiano Enrico Fermi, que participou do desenvolvimento do primeiro reator nuclear, um expert em física quântica.
UAU! Quase perdi o fôlego, quando li o estudo que terminava assim: “Não temos tantas evidências no espaço de que existe vida como a compreendemos, ainda estamos no escuro com relação a isto, mas estima-se que existam bilhões de planetas na zona habitável das estrelas. Será que estamos realmente sozinhos? Ou existem outros por aí? É a maior pergunta para nós, cientistas”.
Claro que eu não podia ficar na curiosidade. Fui pesquisar, e descobri o Breakthrough Initiatives, um programa de exploração científica e tecnológica que fica esquadrinhando o cosmos, a pesquisar se existem outros mundos habitáveis na vizinhança da nossa galáxia. E as perguntas que são feitas são: “Estamos sozinhos?” “Poderemos pensar e agir juntos, como um só mundo no cosmos?”
E seguem: na correria do dia a dia, é fácil esquecer que vivemos num lugar de… vou citar porque a tradução não tem o mesmo gostinho: “astonishing grandeur and mistery” [surpreendente grandiosidade e mistério]. UAU outra vez.
Isso. Um lugar de tanta maravilha e ficamos nós, humanos, ajudando a destruir nosso planeta, a produzir lixo e mais lixo tóxico, sem lembrar que somos proprietários da Terra. E, como proprietários, deveríamos cuidar dela.
Mas… Diante dessa constatação, me deixem aproveitar o meu momento. Volto às minhas estrelas, porque se for pensar no nosso planeta… “vai dar ruim”.
Só não vale vocês escreverem para mim citando Bilac: “Ora, direi, ouvir estrelas… Certo perdeste o senso”.*
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