A Arte e suas Histórias
Muito se cogitou, ao longo da História, sobre a função da Arte.
A proposição que mais me agrada é a de Andrè Malraux, que passo a seguir: “A Cultura, sob todas as formas de arte, de amor e de pensamento, capacitou o Homem a ser menos escravizado.”
Isso. É isso! O que me fascina na Arte é que ela pode (e deve) ser um arauto da liberdade.
Aí, acontece o que aconteceu com a exposição Queer Museu – Cartografias da Diferença na Arte Brasileira…
Pressionaram tanto que interromperam a exposição. E a tal liberdade de expressão foi para o brejo.
Devo confessar que se alguém me convidasse, certamente eu não iria a tal evento. Pelo que vi de divulgação entendo que existem formas muito mais interessantes de defender que as diferenças de qualquer tipo sejam tratadas com o devido respeito. Talvez até usasse este espaço (caso tivesse comparecido) para criticar.
Entretanto, tenho convicção de que a Arte muitas vezes se utiliza de métodos não ortodoxos, deliberadamente fortes para dirigir a atenção das pessoas para tal ou qual assunto. E, mais do que isso: tenho profundo amor pela LIBERDADE.
A exposição agride os padrões vigentes da moral burguesa? Ok, ninguém é obrigado a ir, pois se eu mesma não iria… O melhor protesto seria promover o esvaziamento da exposição.
Agora, preciso fazer uma ressalva – que o tal Projeto artístico não seja patrocinado pelo meu, pelo seu, pelo dinheiro do povo através de leis de incentivo. Leis de incentivo deveriam ser utilizadas para aprimoramento da Cultura… CULTURA…, e não para propagar posições ideológicas.
Mas, se uma empresa privada que existe por ela mesma resolveu patrocinar, o problema é dela, que mancha a sua imagem e sua história com algo que não resultou.

Cartaz de propaganda da exposição Arte Degenerada, realizada pelos nazistas em julho de 1937
Por essa razão não apoio o que fizeram ao interromper com a exposição, porque me remete ao ano de 1937, quando Hitler e sua gang nazista promoveram uma exposição para ridicularizar movimentos que resultaram em tremenda importância para a História da Arte, como o Bauhaus, o Expressionismo, o Surrealismo.
Quem não aprecia critica, deve mesmo falar mal, fazer a anti – propaganda.
Mas destruir?
Não. O ato de destruição tem sempre alguma coisa subjacente – e quase sempre algo a esconder.