Antes tarde do que nunca
O outono começou ontem.
Mas na minha varanda as flores explodiram, e floresceram, como eu gostaria que florescesse a esperança num novo tempo que, espero, virá. Um tempo sem corrupção, sem mentiras, sem enganos, um tempo em que se possa acreditar. Em que os discursos do poder sejam, ao menos, verdadeiros. Em que as pessoas despertem, como despertaram as flores da minha varanda, para o seu papel como cidadãos, para os direitos (e para os deveres) que a cidadania impõe. Em que a luta contra a corrupção seja incessante, e não aconteça apenas com relação a políticos e a empresários. Que também aconteça bem ali, na esquina, onde, diante de um enorme sinal de contramão, as pessoas entram com seus carros como se estivessem numa pista de corridas, colocando em risco a vida de crianças, de idosos, de animais. E onde, quando o guarda anota, o motorista para um pouco adiante, para tentar “convencê-lo” das suas razões — pressa, atrasos, sabe-se lá mais o quê. O pior é quando o guarda aceita a “justificativa”, e desconsidera a anotação.
Em minha opinião, a única alternativa para a efetiva Renovação seria que a Educação — todos os atores da Educação, escola, família, igreja, até o clubinho do bairro, todos se empenhem em formar a consciência cidadã. Aquela mesma que não aceita desaforo, porque sabe que tem direitos, e que não pratica ilícitos, porque sabe que tem deveres a cumprir.
Que o “jeitinho brasileiro” seja empregado apenas para a criatividade — criatividade artística, científica, técnica.
Acho que, diante do momento histórico que vivemos, até que entendo esta primavera tardia, ou precoce. No outono fenecem as velhas flores, para que se dê início ao interminável processo da renovação. E sinto que este é o nosso momento: RENOVAÇÃO.
Só que, para que esse processo se dê, precisamos todos nos renovarmos também.
Quem sabe a primavera, que se mostra sorridente e graciosa na minha varanda em pleno outono, esteja querendo dizer alguma coisa. Alguma coisa do tipo “antes tarde do que nunca”.
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