E Agora, José?

Um tempinho atrás a dependência ao celular era quase uma escravidão. Havia pessoas que faziam até calo no ouvido, segundo um médico amigo meu.

Simplesmente para alimentar minha curiosidade, eu chegava a um lugar público – restaurante por exemplo – e ficava observando.

Meninos e meninas, eu vi! Eu vi famílias inteiras sentadinhas aguardando o pedido e conversando. Não, claro que não conversavam entre si. O interlocutor de cada um deles era o celular…

Não faça charminho, você também há de ter visto, vamos combinar que isso aí acontecia em tudo quanto era lugar… até em igreja.

Uma vez assistia eu um casamento e convidados ao meu lado só teclando o celular… depois eu descobri que falavam com outros convidados, que estavam mais longe. Quer dizer, sua compulsão era tanta que não conseguiam sequer aguardar o final da cerimônia para contar as novidades. Nesse dia a quantidade de pessoas usando o celular era tão grande que eu estava vendo a hora em que a noiva sacaria um celular escondido em seu buquê, juntando a própria cabeça à do noivo e à do padre para fazer uma selfie…

E AGORA?

Ah, agora é um tal de “Não aguento de sdd, esse isolamento é uma prisão sem tornozeleira… Estou carente de um abraço…”

Uai! Quando o abraço era possível o povo, quer dizer, muita gente preferia a distância e o celular. Será que esses mesmos ainda preferem falar ao celular e ficar fazendo selfies em vez de conversar pra valer?

Sei não, acho que a Vida pregou uma peça em todo mundo. Na verdade, o distanciamento já existia para grande parte das pessoas que não conversavam entre si, casos que eu vi de pessoas morando na mesma casa e que, no lugar de chamar o outro com um tom mais alto de voz, um assovio, um apito, ou sei lá o quê, preferia passar um SMS.

Ah, agora que estão todos confinados no mesmo espaço, em algum momento vão ter que se olhar nos olhos, pedir coisas uns aos outros, talvez bater um papo…

A pergunta não é mais E agora, José? A pergunta agora é: E agora, todos nós? E agora?

Tomara que a proximidade nas famílias seja um legado dessa horrível Pandemia.

Cá para os meus botões, essa história vai permanecer por um bom tempo. O novo normal já mexeu com muitos brios, com muitos valores, com muita arrogância, com muita, muita coisa. A começar pelas bolsas femininas – sai o batom e entra a máscara.

Pense nisso e se você se viu nessas linhas, corra e busque a mudança, ainda há tempo… infelizmente, ainda há tempo, o distanciamento não vai acabar tão cedo. Comece por um bom dia cordial, é muito importante iniciar o dia com um cumprimento, não é à toa que tem tanto post de BOM DIA!

Mas, por enquanto, vai ter mesmo é que compensar a falta de festas e reuniões com mídia social. Fazer o quê?

# máscara na bolsa, no bolso, na mochila!
# se as vacinas são eficazes ou não, só o tempo… mas é o que temos para hoje!

2 Comments

  • Daisy disse:

    Leila Reis Neves:
    >> O finalmente para mim é… como eu queria um abraço!!!

  • Denise disse:

    Gostei muito!Qdo a gente se vê,privada de muitas coisas,é que damos valor a elas!😘👏👏

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