A Porta do Paraíso

Quando digo que meu maior desejo na vida é ajudar a construir o Paraíso neste nosso planetinha, há quem pense: insana!

Certamente essas pessoas ainda tem a visão mítica do Paraíso, aquela que descreveram como sendo o lugar para onde (depois de mortos) os que nunca pecaram, vão usufruir o prêmio da sua existência perfeita. O lugar onde os deuses habitam, fecham a porta e lá só entram os que tiverem o green card de terem sido corretos o tempo todo, sem falhas.

Ora, vamos, meus amigos. Essa pessoa tão perfeita eu não conheci, e olha que já tenho muitos kms rodados, e olha que já conheci muitas e muitas pessoas, da melhor qualidade. Gente honesta, gente solidária, gente amiga, gente altruísta, enfim me considero uma pessoa abençoada, por conviver com tanta gente bacana. Mas… gente perfeita? Ih, é difícil.

Então, e a história do Paraíso? Ah, é o seguinte: para mim e para muita gente, o Paraíso não é um lugar, é um estado de alma, que você pode acessar se quiser. Claro que para “abrir esta porta” você tem que desapegar de um monte de coisas, e abandonar outras tantas; sentimentos menores como a ira, a inveja, a mentira… concordo que é um exercício, mas garanto uma coisa: você pode fazer seu “paraíso particular”, um mundinho onde você viva a paz. Tristeza? Tem, seria ingenuidade dizer que não existe tristeza. Maldade? Tem, seria falta de inteligência dizer que não existe.

Mas se você resolver construir o “seu” paraíso, a leitura que passa a fazer do mundo é uma leitura sem mágoa, uma leitura de aprendiz.

E acaba aprendendo mesmo, e o dia em que aprender, o sol realmente vai estar brilhando o tempo todo. Porquê?

Porque ele vai estar dentro de você.