Homenagem ao Pintor-Verdadeiro

Os bichos em extinção e o Homem cada vez mais destruidor. Vai minha homenagem ao Pintor-Verdadeiro.

Pintor, o que quer pintar?
Pinta meu olho de azul,
pra cor do céu eu enxergar.
Ou, então, pinta de mel,
ou verde da cor do mar.

Só não quero que tu pares,
que tu pares de pintar,
pois pássaro como és,
não tem mais sob o luar.

e pintando o sentimento,
é maior o teu pintar.
Os outros registram cenas,
que não têm como mudar.
Tu registras o que há lá dentro,
pintas quase a adivinhar.

E o teu saber é tão grande,
tão maior que o teu cantar,
que nem usas o pincel, 
mas arco–íris, e luar. 

(Para o pássaro Pintor-Verdadeiro, ou Saíra Pintor, em extinção).